Imagine a possibilidade de se torna gamer de equipamentos no mundo real, nas áreas de mineração e construção. Esse é um prazer vivido hoje por operadores que controlam as máquinas de forma remota, sem ficar vulneráveis a acidentes em locais de risco.

Os equipamentos não tripulados, conhecidos como autônomos ou semiautônomos, podem trabalhar em áreas críticas e tarefas altamente insalubres, mantendo os mesmos níveis de desempenho e produtividade que as frotas convencionais.

Nessa modalidade, as pessoas não ficam embarcadas na máquina, trabalham de uma estação de controle de operações. “Na operação remota, os equipamentos podem ser controlados a distâncias muito superiores a mil metros, dependendo da região e dos obstáculos, alcance que pode ser expandido com repetidores”, informa Alberto Ivan Zakidalski, CEO do Grupo AIZ.

Se houver necessidade de resgate, o procedimento também deve ser feito remotamente, descartando-se a possibilidade de enviar técnicos para o local. Por isso, é necessária tecnologia aprimorada adaptada a diferentes modelos de máquinas, além de equipes preparadas para controlar os equipamentos à distância. “Qualquer equipamento hidrostático ou com caixa automática pode ser rádio controlado e se tornar semiautônomo. A tendência a partir de agora é retirar gradualmente o ser humano de dentro das máquinas, em operações insalubres”, destaca Alberto.


Terrenos difíceis


Os pneus OTR também requerem especial atenção, já que as equipes de manutenção sequer podem se deslocar até o local de operação para a troca de pneus. Nesse aspecto, tecnologias que evitam furos e rasgos nos pneumáticos são essenciais, como a solução 3S da Gripmaster. Com ela, os pneus são totalmente preenchidos com uma solução de polímeros, que oferecem proteção contra furos, paradas bruscas, viabiliza operações em solos totalmente imprevisíveis, objetos cortantes e se mantêm em condições para operar em terrenos extremos.

No setor de construção, os equipamentos não tripulados são recomendados para áreas de risco, pontos de deslizamento, desabamento, descargas elétricas, entre outras, enquanto na mineração são ideais para trabalhar em barragens, operações underground, movimentação de material e descaracterização.

No ano de 2020, a Construtora Barbosa Mello (CBM) implantou um centro de operações remotas para fazer a gestão da frota e todo o controle de operação e desempenho das máquinas, sem a necessidade de presença física no local da operação. De acordo com Bruno Amaral Ribeiro, gerente de inovação e suprimentos da CBM, todos os dados dos equipamentos retroalimentam o sistema de gestão da CBM.

“A frota é de característica semiautônoma e cada máquina é controlada por um operador à distância via controle remoto. Foi feita automação tanto dos equipamentos de linha amarela como dos rodoviários”, explica Bruno, ressaltando que, para essa implementação se tornar realidade, foi necessário o uso de novas tecnologias digitais adequadas aos níveis de produtividade e execução do trabalho. “Hoje, a frota da CBM está 8% mais produtiva, teve redução de 84% de perda de tecnologia e queda de 30% de perdas mecânicas”, arremata Bruno.

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